O Papel das Feiras de Arte no Mercado Contemporâneo
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As feiras de arte emergiram como um canal essencial para as galerias e artistas ganharem visibilidade, impulsionarem as vendas e estabelecerem conexões dentro do mercado da arte.
Com a globalização e a evolução dos mercados, testemunhamos uma mudança radical na maneira como as obras são comercializadas, com um crescimento significativo no número de feiras de arte ao redor do mundo desde a década de 1970. Atualmente, segundo o UBS Global Art Market Report, já se contabilizam quase 300 eventos desse tipo, indicando uma transição gradual do modelo tradicional de galerias para o formato econômico das feiras de arte.
Esses eventos proporcionam um ambiente prático para que diversos atores do mundo da arte, como críticos, colecionadores, curadores e entusiastas, tenham acesso a uma ampla gama de obras de todo o mundo reunidas em um único local, otimizando o tempo e os recursos financeiros dos participantes. Além disso, o crescimento do mercado de arte, alcançando € 51 bilhões em 2014, de acordo com a TEFAF (The European Fine Art Fair), evidencia a importância crescente das feiras e das plataformas online nas transações artísticas.
Embora as feiras de arte ofereçam benefícios consideráveis, como o aumento das vendas para galerias e a acessibilidade para colecionadores e artistas, a transição do modelo de mercado nem sempre é favorável para todos os envolvidos. O surgimento de novas feiras pode representar uma concorrência desafiadora para as galerias estabelecidas, e a diminuição no número de visitantes nas galerias tradicionais reflete uma mudança nos padrões de consumo.
No entanto, dentro do universo das feiras, observamos uma subdivisão em dois modelos básicos: aquelas que reúnem galerias e aquelas que trabalham diretamente com artistas. Este último modelo está recuperando sua importância, especialmente em feiras com uma curadoria mais restrita, favorecendo artistas talentosos que podem não ter sido descobertos pelas galerias convencionais.
À medida que o mercado de arte continua a evoluir, impulsionado pela revolução online das redes sociais, as galerias e os artistas conscientes reconhecem a importância estratégica das feiras e dos marketplaces online para o futuro das vendas. Essas plataformas não apenas agregam um público mais amplo, mas também facilitam as transações artísticas, moldando assim o cenário do mercado da arte no século XXI.
Guilherme Treml
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Art fairs have emerged as an essential channel for galleries and artists to gain visibility, boost sales, and establish connections within the art market.
With globalization and the evolution of markets, we have witnessed a radical shift in the way artworks are traded, marked by a significant increase in the number of art fairs around the world since the 1970s. Today, according to the UBS Global Art Market Report, there are nearly 300 such events, indicating a gradual transition from the traditional gallery model to the economic format of art fairs.
These events provide a practical environment for various players in the art world — critics, collectors, curators, and enthusiasts — to access a wide range of artworks from across the globe in a single location, optimizing both time and financial resources. Furthermore, the growth of the art market, reaching €51 billion in 2014 according to TEFAF (The European Fine Art Fair), highlights the increasing importance of fairs and online platforms in art transactions.
Although art fairs offer considerable benefits, such as increased sales for galleries and greater accessibility for collectors and artists, the market transition is not always favorable for all stakeholders. The emergence of new fairs can present challenging competition for established galleries, while the decline in visitors to traditional galleries reflects a shift in consumption patterns.
However, within the universe of fairs, we can observe a subdivision into two basic models: those that bring together galleries and those that work directly with artists. The latter model is regaining importance, especially in fairs with more selective curation, favoring talented artists who may not have been discovered by conventional galleries.
As the art market continues to evolve, driven by the online revolution of social media, savvy galleries and artists recognize the strategic importance of fairs and online marketplaces for the future of sales. These platforms not only attract a broader audience but also facilitate art transactions, thereby shaping the art market landscape in the 21st century.
— Guilherme Treml